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domingo, 19 de janeiro de 2020

Partidas Mentais

Se de sonho tornei-te real, imagino que o pesadelo que tive a noite passada te torne no meu maior receio - imaginária traição do meu subconsciente.
Acho que falei contigo todas as noites para entender, agora, que não estavas lá, em frente ao papel de parede florido que a tua mãe insistiu em decorar a nossa casa sem que tu soubesses dizer que não. Mas não foi a tua mãe, porque tu não existes e, talvez, sou eu que tenho mau gosto porque nem me lembro de o ter escolhido mas se não foste tu então quem terá sido?
Estou tão confuso que acho que nem respostas nem soluções estão naquela garrafa de beirão a olhar para mim através da vitrina de vidro que está na cozinha. Acho que um copo também não fazia mal.
Sirvo-me de meio copo sem gelo acompanhado pelo jejum matinal, pelo menos não estás cá para me avisar de uma cirrose futura mas também sem ti, de que vale ter um futuro?
Cheguei ao ápice da minha demência sem dar por ela, sim, o ápice porque estar ciente dela é pior do que propriamente a ter. Viver num mundo de ilusões, como foi bom achar que era real.
Juro que o teu toque era sentido pela minha pele, e que o teu beijo era molhado como a chuva...
Se os vizinhos algum dia espreitarem pela fechadura, ver-me-ão a amar uma sobra e como feliz eu era e sereia demente se tu existires.