Complexo de Messias - Esquina do Café

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domingo, 17 de fevereiro de 2019

Complexo de Messias

Sente-se exposta e ao mesmo tempo composta desde o primeiro toque, firme e virgem.
Fluem-se-lhe os pensamentos, toscas e improvisadas verdades que se escapam tropeçadas em si mesmas. Sente-se descontrolada e como se tivesse o mundo por uma trela, era tóxica a maneira como se rasgava em realidades múltiplas acompanhada pela solitude, cafeína e nicotina.
Sente-se uma aprendiz, achava surreal o que fazia, achava que era magia.
Diagnosticou o Complexo de Messias num objeto inanimado, materializa-se na sua própria teia mental. Cria universos com mãos humanas, com as marcas que tem na língua, como se fosse muda, como se fosse a sua única forma de comunicação.
Sente-se louca, mais que isso, sente-se possuída, venderia a alma ao Diabo se a trancassem de volta a si mesma. Sente prazer na dor marcada a preto, sente-se escrava nas linhas do papel em que escreve.
No fim, sente-se vendida, prostituída por um propósito ingénuo de querer dar voz a uma arte sem nome, como se tivesse a capacidade de alterar o mundo com um caderno que nunca vê a luz do dia.
Eu sinto-me... quero dizer... ela sente-se... eu sou, ela é... o alter ego sobrepõe-se à vontade de ser indivíduo. Nós somos o que eles têm medo de nos chamar. Nós somos a escapatória sem uma solução racional que nos explique.

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