Trazes o cheiro do mar contigo e um tipo de paz que nunca conheci na vida. Eu talvez traga as mudanças da lua que fazem subir a tua maré e provocam tempestades entre nós, move-te ao meu ritmo psicótico da mesma maneira que te tento iluminar com a pouca luz que recebo, estou lá mesmo quando não me vês.
Gostava de acreditar definitivamente em algum tipo de Deus para saber que mesmo separados em carne te iria encontrar no paraíso. Gostava de te ver despir a pele e o sangue, saber cada centímetro de ti e de como pensas, continuas um enigma que custa compreender.
Um passo em falso e já te encontras a milhas e a distância foi um mal necessário, a maneira como me corroeste e me arrastaste em pleno inverno ao fazeres-me pensar que era verão fez-me perder a noção do tempo e com os minutos em falta dei por mim num limbo temporal já com mazelas demais deste jogo tóxico que julgava ser amor.
Desde que te conheço que nunca te conheci de nenhuma maneira, conheci as ilusões que me apresentavas, conheci o reflexo que refletias e acabei por te apanhar na teia psicológica na qual me tornaste presa desse teu gosto doente de me quereres controlar emocionalmente sem me tocar com um dedo.
Confesso que tive medo em momentos que vi fogo a arder nos teus olhos, confesso que tive pena porque honestamente acho que nem tu sabes quem és ou que queres, acabo por achar que te deixas levar pela corrente e que o mar que me trazias era apenas o cheiro pelos teus pés estarem molhados dessa tua jornada apática e sem sentido.
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