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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Saltando partes

Tínhamos tudo para sermos nós mas havia uma demasia de nós na nossa ligação. Não estava para embaraços já que sou embaraçada por natureza e entre nós era tudo tão natural...
Aproximas-te e eu afasto-me, afastados dançamos num ritmo constante de orgulho e rancor. Avanças, recuas, despimo-nos simultaneamente deixando as almas totalmente nuas, percorremo-nos nos corredores como se fossem ruas, largamos os medos amarrotados à porta do quarto, vergonha espalhada em todo o lado, contudo os corpos despertos falam mais alto e entre despedidas tão amargas o teu corpo fica extremamente salgado (vamos saltar esta parte).
Agora alucino com o teu nome escrito pela cidade porém prossigo fingindo que nunca fui tua, com uma calma que nunca conheci.
Concordo que nos devíamos saborear uma última vez, é que ultimamente tudo me conduz à eminente vontade de recordar o escuro partilhado contigo, a maneira de como me manipulavas com a tua respiração controlada colada ao meu pescoço, por vezes descendo até à minha coxa (mais uma vez vamos saltar esta parte).
Não te agrada a ideia? Poder voltar a trás num segredo que iria ser só nosso para mais tarde lembrares o prazer que foi teres a minha companhia numa noite tão fria, quase tão fria quanto eu... esta arte nós sabemos dominar, a arte de nos desejarmos umas horas para o resto do tempo ignorar que ainda nos desejamos.
É absurdo como te anseio tão apressadamente, a vontade humilde do meu corpo adolescente que tropeça na pressa de te conseguir apanhar (olha para trás! olha para mim! não quero saltar esta parte).

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