Apenas foi obsceno enquanto estava selado entre quatro paredes, enquanto apenas era verdade quando a porta estava trancada, quando nenhum dos dois tinha que proferir uma única palavra.
As noites geladas resumiram a curta metragem da tua passagem, sempre fomos amantes de fazer filmes quando não havia a mínima necessidade.
Saciei-me com o discurso frequentemente ensaiado entre as minhas coxas, com as aparições públicas de mãos dadas com a hipocrisia, com a calma privada que a cumplicidade nos rodeava.
O desleixo acabou por ser nosso, por permitirmos que almas se envolvessem mais que fisicamente, que o palco se expandisse para além do quarto quando fazíamos juras tão naturais como a natureza que nos envolvia no momento. Por mais que me prometesses o sétimo céu, só queria ficar com os pés bem assentes na terra, sentir-me o mais real possível.
Tudo acaba com um grito abafado inundado pela contestação de me ter afastado e com um gesto brusco com o intuito de me trazer de volta, de me possuir uma última vez.
E ao acabar tomei conta da criança mimada em mim ao dizer repetidamente não como se me tivessem tirado o meu brinquedo favorito como castigo. Desapareceste e levaste grande parte de mim contigo, levaste memórias que nem te lembras, beijos que já nem sentes e um brilho do olhar atrapalhado de sentir algo mais provocado pelo toque, julgo eu apaixonado, dos teus dedos no meu cabelo.
domingo, 29 de novembro de 2015

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