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quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

intensidades do século XXI

Ninguém nos conhece, não como somos, como os nossos corpos são dois mas se tornam num só porque a porta está fechada e a chama tem potencial para criar um incêndio. Se nos conhecerem é pelos gritos que se fazem estremecer pela casa, e, talvez, saibam o meu nome por cada vez que te marco com uma força descabida como animal que me assumo junto a ti.
Não temos que falar sobre o que se passa, nem negar ou aceitar, podemos simplesmente contemplar as silhuetas despidas que se notam nas paredes do meu quarto. Deixa os melhores momentos fluírem por si, leva-me o prazer juntamente com algumas dores, mas não voltes a dormir na mesma cama, não tenhas os mesmo sonhos que eu, não faças parte de mim.
Vamos ser apenas nós em quatro paredes, ou, talvez numa folha de papel que conte como o nosso sexo se tornou numa epopeia por ter mão de uma voz alheia.
Vamos ser nós mas não me olhes nos olhos como se esperasses algo que não sei se alguma vez te poderei dar, vamos ser apenas o mais verdadeiro momento carnal que o humano pode ter, vamos apenas ser dois corpos que à noite se tornam num.
Não seremos mais que cinzas de um cigarro esquecido, abandonado, aceso com o fado de ser perdido num cinzeiro. Não seremos mais que uma música que nunca chegou a ser de amor porque nunca foi cantada em palco, uma que rabisquei num beat de outrem e que nunca tornei em melodia ao teu ouvido, como um orgasmo puro, algo para te elevar para além do que éramos, nada. 
Não seremos mais que pressa, a definição de ser jovem: viver tudo aos trambolhões, rapidamente e com a atitude de um amor histórico, tudo em vinte e quatro horas, sem saber o teu nome. Apaixono-me por ti por cada centímetro que vais descendo, esqueço-me de ti por cada metro que te afastas.

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