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terça-feira, 26 de dezembro de 2017

O homem que se perdeu no mar

Nem o mar me deixa a pele tão salgada com um só mergulho como tu o fazes. Canta para mim mais uma vez, chama o meu nome nessa tua entoação, que hoje, por ti, sou marinheiro.
Quebra as barreiras do mundo natural que te darei pernas para andar, pois, sem a tua presença, mesmo que muda, já me sinto paralisado no tempo. Arrasta-me pela areia que nada mais me arranha como as unhas cravadas de quem me afasta da cor oceano dos teus olhos. Faz do fumo do meu cigarro o nevoeiro das tuas manhãs. Faz do meu colo a tua rocha, o porto seguro onde contemplas a beleza do céu quando o sol adormece. Fica comigo que te ensino a andar de novo.
Traz-me calma, a serenidade de uma planície, traz-me a brisa do verão numa noite quente em que nos deparamos os dois numa praia. Traz-me tudo isso que te peço que te darei a magia do meu mundo.
Tira-me deste céu cinzento onde voo que te tirarei desse mar negro onde te encontras nua, escrava de cada corrente. Sê terra a terra comigo ou então flutua suavemente nos meus braços.
Por ti, faço da gravidade nossa. Se é ela que me empurra para ti mesmo quando não me queres e me aceitas. Se é por ela que escorre água pelos meus olhos até ao mar só para alimentar a tua sede.

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