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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

vamos ser amigos

Tu não me podes abandonar e ficar e eu não consigo estar em dois sítios ao mesmo tempo, a fingir que não sinto ou que sou outra pessoa. Sempre comi muito ou quase que me matava à fome, dormia dias a fios ou passava as noites acordada só porque podia. Contigo não é mais diferente que outras situações, sempre te amei até à exaustão ou então odiava-te ao ponto de nem conseguir dizer o teu nome. Nunca soube ser cinzento, o meu mundo era todo a preto e branco. Ou dava-te alma ou dava-te corpo. Ou passava noites a pensar em ti ou a tentar esquecer-te. Ou brindávamos com champanhe ou passava noites a tinto e cerveja. Os gritos da nossa casa tinham dois significados e eu só gostava de um deles. Tinha frio nas noites em que dormias de costas voltadas para não me veres o rosto. Acordava com o teu beijo ou com a tua ausência. Dava-te sempre alguma coisa, davas-me nada.
E, quando te bati com a porta na cara, tu entraste, deste-me tudo novamente, fizeste-me ceder. Só me quiseste quando eu te recusava e as palavras que me dizias eram traços de cocaína que me alucinavam ao som de todas as tuas cantigas de bom mentiroso.
Foi isto que me levou à beira da loucura, não soubemos ser amigos, não quisemos ser mais.
Podia abandonar todos os meus vícios mas se não abro mão de ti nunca mais me recupero.


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