Lembro-me de como nos conhecemos numa página da internet graças aos gostos e amigos em comum, no entanto nem sei como ou o porquê de termos começado a "teclar" um com o outro por dias a fios apalpando temas aleatórios. Era estranho o dia em que não acordasse com o teu nome no meu telemóvel e ler uma mensagem de boa noite atrasada ou um bom dia madrugador. Entretanto todos os dias se tornaram estranhos.
Lembro-me de te ter escrito uma pequena história de amor num poema que disseste que guardaste numa gaveta,... e de te ter, involuntariamente, tatuado em mim.
Lembro-me de quando te vi pela primeira vez, da ternura com que os teus braços me receberam... nessa altura eramos iguais, alicerces de quem nos destruía o chão. Acabaste de ser para mim o vazio de que eu fugia há muito com desespero.
Lembro-me do primeiro beijo. Demasiado tímido para o sol lhe apanhar a memória, demasiado íntimo para se cantar o fado nesta história. Na altura parecias o encaixe perfeito.
Lembro das primeiras palavras que jurei nunca mais as dizer. Estava um pouco demais embriagada, num canto de um casamento, abalada pela nostalgia. Nessa noite mentiste-me, não me importei.
Contudo preferia que tivesses sido sincero, saber-me-ia melhor do que me ter perdido em sedas e fundos de vidro apenas para me parecer que uma dessas noites foste sincero e que pelo menos durante o beijo tudo foi real.
Hoje não te odeio, pelo contrário. Seria mais fácil se o fizesse. Tudo são memórias e a tua voz ainda me conforta em sonhos. Hoje somos desconhecidos apesar de ainda te conhecer de cor.
P.s. Se voltasses diria as mesmas palavras que jurei nunca mais as dizer."
Gostei tanto do teu texto, tu escreves tão bem.
ResponderEliminarJá senti-me numa situação assim como o teu texto retrata.
Beijinhos!
E muito sucesso no teu blog. :)