Bafo Madrugador - Esquina do Café

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quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Bafo Madrugador

09:00h
- Sabes? Hoje acordei com mais um nervoso miudinho a assaltar-me pela madrugada. Enchi um copo de saudade, contemplei umas fotografias e embebedei-me em memórias do teu corpo que guardo na ponta dos dedos. Senti-te o cabelo - como ele era macio - , acariciei-te, mentalmente, as maçãs do rosto, o peito firme, o paraíso que te nasce abaixo do umbigo. Porra, hoje passarei o dia a beber na
primeira tasca que encontrar! Desabafarei com o tinto amargo e rasca, contar-lhe-ei a nossa curta metragem romântico e derramarei meia dúzia de lágrimas por cada vez que me lembrar que estes sedentos lábios jamais irão ao encontro do sabor dos teus. Ai quantas vezes é que eu pecaria apenas para te encontrar na minha cama: nua e atrevida só para matar este desejo que me invade constantemente.

00:00h
- Hoje bebi até a tua imagem ficar totalmente desfocada no meu pensamento moribundo. Emborquei como se fosse o meu último dia a pisar este chão que juro ser Inferno, apenas para me conseguir deitar ao lado da minha mulher e fazer amor com ela, ou melhor, amor para ela... desde há muito para cá que o único amor que conheço vem no fundo das garrafas e tem o teu nome. Aos anos que partiste e ainda me arrastas ao ponto de rezar a deus para que os meus filhos tenham traços teus e não este pai bêbado e vergonhoso que nem se levanta do sofá antes de um bagaço apenas para adormecer os filhos com um beijo de boa noite sem um bafo a tristeza.

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