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sábado, 16 de julho de 2016

amam-te a que custo

Queria ser possuidora de mais tempo para dominar este talento de te admirar como uma pintura desleixada num dos muros de Lisboa.
Há quem te diga que só te poderá amar uma vez, nomeadamente uma vez em que estejam os dois encostados a uma parede à porta de uma discoteca apinhada de jovens que só se amarão uma vez (ou várias vezes nessa noite) mas sem quebrar o traço que lhes permita que lhes ligues na noite seguinte.
Há quem tenha tempo para te amar de vez em quando enquanto te marca o corpo de prazer e os lençóis de suor, para depois sair de fininho, deixando um brinco ou uma peça de roupa interior (ou porque não te quer acordar ou porque o tempo esgotou) enquanto já dormitas tranquilamente seminu e semi satisfeito.
Há quem te vai amar só pela metade, especificamente: só o exterior. Há quem não vai querer conhecer os teus gostos tradicionais, que gostas de cozinhar mas que não tens lá grande jeito, que cantas no duche mas que perdes a coragem de continuar quando sais encharcado da casa de banho... Há quem só te vá amar nu e não despido.
Mas também há quem te vá amar de verdade, quem irá partilhar a vista do teu apartamento para a cidade com uma cria ao colo e um ar cansado e feliz.
Conheci-te uma noite, um encontro de uma vez. Entretanto começaste a aparecer de vez em quando e só me amavas pela metade. E finalmente, quando partiste, eu entendi... era para sempre.

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