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sexta-feira, 22 de abril de 2016

Caso Exposto, e agora?

Eu sei que numa das noites sentiste que eu era a tua sina, que a queda podia ser amparada por mim se estivesses de mãos dadas com o meu sorriso. Pensas que nessas noites não me questionei enquanto tu dormitavas agarrado à minha alma, a alimentar esperanças de um futuro sem destino, questionei-me mas nem me questionei assim tanto todas as vezes em que me entregava aos lençóis, questionava-me porque é que ficavas, porque é que não ias e porque é que me beijavas à luz do dia.
Agora já passou mais tempo do que previ sem ti, continuo com as memórias acesas mas já só sou uma chama apagada arrastada pelo tempo e sei que ainda me sentes como na primeira noite e que te arrependes de todas as vezes em que não dividiste o teu maço comigo numa conversa iluminada pelas estrelas. Quiseste partilhar mais noites com os vícios e não te censuro, sentiste mais cedo que era uma história provisória e escolheste agarrares-te ao fumo do que ao pouco tempo que nos restava.
Agora, sem nada e ninguém, sonhamos com voltar à primeira noite, a cada toque amedrontado na pele de cada um.
Agora, escrevo sobre ti e revelo-me em cada palavra. Sozinha eu entendi que o que estava a acontecer me tornou mais livre, me tornou mais eu. Não tínhamos que ter controlo, o crepúsculo controlava-nos e acolhia-nos todas as vezes em que me acolhia nos teus braços.
Nestes dia, sozinha, transbordo os meus cinzeiros e mantenho-me na minha zona de conforto, a paz do mundo revela-se em cada página duma vida escrita. Escrevi parte da tua, agora cabe a ti continuares o teu livro ou queima-lo à tua maneira.

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