"Bom dia meu amor", amor que não conheço, amor que partilhou uma noite (nem isso, umas horas), amor que amou o meu corpo sem saber o meu nome.
Abraçaste-me como se estivéssemos numa cama partilhada por matrimónio e, numa ilusão vi os nossos filhos a deitarem-se connosco e a gozarem por sermos "velhos" e rugosos. Abraçaste uma desconhecida e ela sorriu contra a tua pele. Sentiste o mesmo ou sentiste a satisfação no meio dos lençóis misturados com o nosso perfume e suor?
Levanta-te comigo, dá-me lume e acende-me um cigarro, depois voltamos para a cama se não tiveres mais nenhum destino. Agarra-me na mão meu amor, eu guio-te pela minha pele sem ética e curvas desajeitadas, cada uma desejosa do teu toque.
Fica até sentires o cheiro do café pela manhã, fica e volta-te a deitar comigo.
Mais uma vez, "bom dia meu amor". É desta que me dizes o teu nome? Que me deixas conhecer-te?
Tens assim um desejo tão grande de despedida? Não queres saber o meu nome para poderes pensar noutro qualquer sem ressentimentos? Não me mintas, não negues a verdade.
O que escondes tu nesse silêncio? Se não é amor que sentes então presumo que me dominas por capricho. Mesmo assim, apeteces-me tanto.
Sem comentários:
Enviar um comentário