#5 - Esquina do Café

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

#5

#5 Escrever sobre um "E se..." que não me sai da cabeça

E se eu me trancasse no quarto, rejeitasse abraços, negasse o papel, quem seria eu? O espelho já não iria assumir a minha imagem e a loucura acabaria por se apoderar de mim, tão frágil, tão indefesa, tão desconhecida. Perdi-me?
E se frases não me tivessem tocado tão intimamente como as mãos embriagadas que dançaram no meu corpo consumido pelo fumo, quem seria o meu primeiro amor, a minha primeira desilusão? A inocência nunca me teria abandonado, eu andaria sempre de mãos dadas com o típico bem estar e não de mãos dadas com o inferno que eras. Larguei-te a mão, continuo a arder.
E se a distância não me impedisse de estar nos braços do meu conforto, todos os desejos e conversas deixariam de ser apenas desejos e conversas, passariam a trocas de almofadas, a toques mais profundos, respirações sincronizadas, os meus lábios aliados com o seu pescoço...
E se o escuro é para quem ama, eu vou deixar todas as luzes acesas para observar todos os contornos dos meus pecados, as suas sombras, a maneira de como me tocam sem amor, a luxuria nos seus olhos.
E se o copo cheio esvaziar-me a cabeça, eu vou continuar a preencher-me de sentenças com o intuito de aliviar a tensão da rotina. Fecha a cortina e segue-me aos trambolhões. Um som que completa o clima, visão desfocada, uma sensação de liberdade sem pressa de acabar.

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