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domingo, 10 de janeiro de 2016

Castigos Mentais

O doce amargo que a vida me deixa nos lábios quando pousa os seus nos meus entristece-me. Abusa de mim na sua forma humana e arrasta-me de forma agreste pelo karma que mereço por nem sempre ser a boa rapariga que a minha mãe tanto deseja desde que aprendi a gatinhar por conta própria.
Ao início apenas me castigavam com pensamentos perturbadores que quase me obrigavam a arrastar uma corrente emocional que me impedia de me envolver com o resto da sociedade. A partir duma certa idade já era eu que me castigava entregando-me a vícios e a ti. Penso também que a vida me castiga quando impedem uma outra rapariga com mais ou menos a minha idade de ter os mesmo direitos que os meus só porque nasceu numa outra cidade qualquer (talvez no outro lado do mundo) numa família menos abonada com um tom de pele um pouco mais escuro que o meu.
Continuo a castigar-me com pensamentos obscuros sobre um mundo com o qual não me identifico. Contudo não deixo de pensar naquele recém-nascido que abriu os olhos para conhecer o cadáver da mãe e cresceu para mais tarde conhecer o desgosto do pai nas marcas do cinto de couro preto gravadas nas costas

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