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domingo, 22 de novembro de 2015

O que a noite traz

As tuas mãos tinham uma prática excepcional, enrolaste-me num momento que me fez sentir como uma pequena onda do mar no ápice de um rebentar estrondoso. O copo que erguias obteve maior parte da minha atenção, assim como o vermelho do tinto que estava marcado nos teus lábios,  estes rendidos pela insegurança e governados por um sabor neutro. Trémula e inconsciente de mim avanço por entre os defeitos que escondes, sem medo de descobrir cada demónio que guardas no teu olhar entristecido.
E se os bêbados e os loucos estão safos então não me preocupo com os erros que cometo contigo ou com qualquer outro que me traga a sensação de inocência que me leve a pensar que o amor é algo verídico e não uma desculpa para me penetrarem o íntimo.
O excesso de pensamentos explode dentro da minha cabeça portanto largo as frustrações de ser adolescente e danço entre a chuva que chora pelas almas que se perderam pelos vícios e canto entre o fumo que nos traz a felicidade passageira desses vícios que a noite traz.
A noite acaba sempre por trazer algo que nos transmite uma certa felicidade ou a sensação de que esta existe, traz-nos uma companhia que nos aquece do frio e da carência, uma bebida que procura o esquecimento e o conforto.
No fim, falta sempre algo... algo que acabou por ser abandonado pela própria noite e acabamos sempre por nos deitar numa cama vazia mesmo que estejamos acompanhados, acabamos por adormecer no suave embalo da solidão.

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