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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Provei o céu e já não quis voltar

A distância de um céu está entre a distância de uma respiração mais atribulada e de um contacto nervoso dos teus dedos a correrem pelo meu cabelo.
Por mais que te afastes, habituaste-me a ser percorrida por sensações singulares da cabeça aos pés e nem a mais forte amnésia conseguiria apagar o que foi provar-te sendo eu parte de ti.
Ainda me lembro dos pontos fracos que te elevavam da terra, como os meus lábios a roçarem o lóbulo da tua orelha ou as minhas unhas marcadas nas tuas costas, que te provocavam o mais puro grito que poderias largar na atmosfera que nos envolvia na fração de tempo onde só meras fendas nos separavam, onde éramos apenas sedentos de nós próprios.
Talvez eu não seja feita para nós, nem tu tenhas lá grande jeito para lidar comigo mas conheci o céu todas as vezes em que me prendias no teu ritmo... à semelhança do fogo puro que o inferno imaginário criava implacavelmente, o céu conseguia ser caloroso e acolhedor, nunca quis voltar depois de o ter presenciado.
Penso que não posso deixar de referir que a culpa foi nossa por abandonarmos o desejo de tornar o céu o nosso destino a dois, contudo uma noite próxima devolvo-me a ti e não regresso mais.

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